2007/03/29

Kevin Carter

Perdi-me nesta imagem durante longo tempo,
que o silêncio de dor me fez sentir um ser insignificante.

in http://blogs.publico.pt/artephotographica/

"O abutre espera pacientemente o momento para atacar o corpo em agonia de uma criança sudanesa. O fotógrafo, também predador, espera um momento certo para o disparo que garanta o maior dramatismo, o maior impacto à imagem.
Esperam.
Esperam ambos.
No impasse, o fotógrafo desiste, capta a espera do outro e vai-se embora."
o resto da leitura está aqui .

Kevin Carter, o fotógrafo autor desta imagem ganhou um prémio pulitzer em 1994. Nesse mesmo ano, suicidou-se porque a pergunta e depois, o que é que fizeste para ajudar a criança?” perseguia-o para onde quer que fosse.

Compreendo o Fotógrafo, não compreendo o Homem, mas aceito a Lei da Vida. Em que é que posso confiar?

(perdoem-me as sensibilidades mais "sensíveis" ao mostrar esta imagem)

2007/03/25

Desafios

Sinto-me de joelhos no chão, com as mãos atadas atrás das costas e sem capacidade de reacção aos açoites de tristeza e raiva desta vida crua, a rasgar a carne ensanguentada.


Foi porventura das coisas que mais trabalho me deu (e ainda dá) e que literalmente me deixou de pantanas.
Um desafio, uma questão simples, que não precisava de resposta, não deu em nada e em vez de descongelar, o efeito foi contrário.

Por feitio, normalmente fujo às discussões, ... não gosto. E quando as enfrento-as, são sempre para sair de cabeça baixa, não por "perder" a discussão, mas porque há um ponto em que paro de argumentar e coloco um ponto final, e normalmente esse ponto final é colocado ao reconhecer o ponto de vista contrário, embora podendo não o aceitar.
Não foi este o caso, contudo, não era esta situação que queria ter chegado, tão friamente e sem poder marcar o desafio.

E porque assim aconteceu, por ter perdido o norte, por ter perdido as forças, sem saber o que fazer, e mais ainda, ... triste ao sentir que perdi uma amizade (e quem me leu sabe bem o significado para mim). Só não sei se as amarras se desprenderam completamente ou se o nó se mantém, porque já não depende de mim.

Por outro lado, um sentimento de raiva acumulada, porque tudo o que faço, tudo o que tento criar e que procuro, acaba em trapalhadas minhas, em confusões que não sei gerir... e porque me expus como nunca, esta raiva consome-me por dentro.

Concluíndo e reflectindo, apesar de tudo ficou a certeza de que realmente não me enganei, porque o que senti e encontrei à meses atrás, é de facto aquilo que quero sentir e encontrar, ainda mais depois deste momento. Afinal sei que continuo um caminho honesto, acompanhado unicamente pelo meu silêncio.

2007/03/13

Sol

"... e no calor do Sol primaveril que aquece nossos corpos,
que te degela do gelo, e fazendo-te percorrer rios labirínticos,
para inundares planícies de terra seca,
à espera de brotar flores douradas da ...
cor do Sol."

te quero em tantos dias quantos têm sido este silêncio,
... te quero, em sonhos acordados, desacordados.

Em palavras caras e simples, que imagens silenciosas não fazem jus à condição da mais bela.

O que quero? Sonhar, sonhar mais uma vez, sonhar sem pensar, sem te ter ... porque simplesmente sou nada, sou cego, sou sonhador, sou condenado por Ser.

2007/03/08

When Harry Met Sally

"... cenas de gaja"



Há silêncios de vários tipos, mas este é bem complicado de gerir.

2007/03/05

Laranja, preto, azul ...

"... em sonho, era uma madeixa preta."


Mas de entre o laranja ou o azul, acho que o azul te ficava melhor.

Entre sonhos, e angústias ... como neste fim de semana de chuva e sol,
quando algo que existe está fechado no silêncio.