2007/05/31

um silêncio e a sua piada

"Há certos momentos que um silêncio, por muito estranho que pareça, é capaz de provocar uma risada geral."


Hoje em dia de treino, no final passei alguns exercicios de alongamentos. Às exclamações de dor e coragem para aguentar os ditos alongamentos surgiu o seguinte diálogo.
" -(alunos) Ai, ai .... que isto dói.
- (eu) Calma, respira fundo ....
- (alunos) Ai, ...
- Aguenta, e respira fundo ... Sente o músculo a alongar e relaxa.
Relaxem o mais possível para o músculo não estar preso.
- (alunos) Ai, aí ... não aguento.
- Vá lá ... coragem e respirem fundo ... tá a doer, então quer dizer que estão a fazer bem!
- ... ai, ai, ai "

5 minutos depois, depois de ter terminado o alongamento entra a parte de relaxamento.

" - (eu) Vá agora a levantem as pernas e deixem-nas no ar.
- (alunos) Ahh ... sabe tão bem.
já nem sentimos nada ...
- ...
"

Depois de terminado esta fase, surgiu a frase de constatação de um aluno, e que motivou um silêncio com vontade de dar uma gargalhada.

" Pá, quem estiver a ouvir de fora, vai pensar tudo menos que estivemos a fazer alongamentos ..."

2007/05/27

Dave Matthews Band

"I'm sorry for taking so long to come. Thank you for waiting."



De volta a uma sala, para mais um grande concerto. De volta a uma sala de concertos, meses depois.
E assim que começou, ecoou "Nani, Nani, come and dance with me" (na minha versão de "#36" para"Hani, Hani, come and dance with me."), e mais ainda fiquei extasiado com este começo. Tudo muito bom, e só faltou mesmo um "Love of ..." durante as 3h15 de miscelâneas de sons que compuseram aquela noite. Um degladiar de violino contra o baixo, a bateria num ritmo frenético, com o sax e o trompete a darem aquele toque de Jazz, e ainda assim "So Much To Say". Enquanto "Ants Marching" numa vertente de Blues, era o que Dave Matthews buscava com a sua guitarra, o piano não fazia por menos em improvisos que roçavam o Funk.
A sua voz, poderosíssima, enleante, melancólica e cheia de garra, manifestada a solo em "Gravedigger", demonstrava porque estes tipos têm quase tantos álbuns ao vivo como originais.
Enfim, que venham cá mais vezes e não se limitem aos states ...

2007/05/24

Mas que dias são estes?

"Negros dias de um Sol quente."


A vontade de um dia de sol resplandecente, uma luz transbordante e a fazer brilhar tudo em forma de ouro.
O refresco de um duche vespertino para espantar aquela sensação insustentavelmente quente, por conta de roupas leves, desapertadas ... e chinelos para respirar o corpo sob as brisas de um ar baforado.
No crepúsculo do dia, sentado numa esplanada, de olhar escondido.
Sem preocupações, sem compromissos, sem nada.
Com a companhia desejada, com as palavras adequadas, com um sorriso reflectido num silêncio intemporal.
Do outro lado da janela, pingos raivosos de água, caiem. As nuvens negras escondem o que antes era um azul aguerrido, e estrondosamente as massas de ar chocam entre si, provocando sons grotescos como se viessem de catacumbas instaladas nos confins dos céus.
As demais águas que caiem e recaiem, e inundam, e afogam, os sonhos que queria ver um dia. A espera de que neste dia as coisas sejam diferentes.
Que dias são estes? Pergunto eu ...
Mas que dias são estes?

2007/05/20

Grito de Glória

A minha admiração por todos os que buscam, em infinitos esforços, pela glória de vencer.


Desde sempre o Homem procurou o seu limite. O esforço fisico, mental e cooperativo, leva-o a competir entre si para que atinja sempre esse limite.
Admiro a capacidade de sofrimento de um atleta, que busca forças inertes e as eleva superiormente para o atingimento da sua glória. Um ciclista que busca todas as forças para terminar uma etapa, um tenista que psicológicamente luta entre si e uma bola, uma equipa de futebol que procura em esforços cooperativos (de equipa) ganhar um desafio, são exemplos que me ajudam a procurar atingir os meus objectivos.
Hoje, admiro quem vá procurar uma vitória, quem com muito trabalho e organização, recuperou lutou e venceu até à última vitória. Se não fôr possivel, então deseja-se os parabéns pelos princípios expressos e pela coragem demonstrada, e também os parabéns a quem atingiu os seus objectivos.

E lá estarei na minha cadeira que me acompanhou ao longo da época, a ver o que isto vai dar .... Força Sporting Allez.

2007/05/14

Elefante bebé

"Juro que não ando a tomar drogas nem coisas do género, juro tenho os parafusos todos (se bem que de vez em quando não se pareça ...) e juro que nesta imagem eu vejo um elefante bebé."
... quando era miúdo gostava de olhar para o céu e descobrir entre as nuvens as histórias desenhadas pelos seus contornos e pelas sombras que se formavam entre aquelas partículas de água todas juntinhas umas das outras.
Era assim que me perdia em algumas tardes, gostava (e continuo a gostar) imenso de desenhar, e eram com aquelas abstracções que ia imaginando as minhas figuras.

Hoje com a 2º circular parada, dei-me por mim de volta aos tempos do "olhar para o azul-céu-infinito". Procurei os desenhos que as nuvens formavam e encontrei alguns.

Durante a viagem, sozinho, voltei a recordar-me. Agora vejo-me que gostava mesmo de imaginar coisas.

Este tem sido um ano de arrependimentos, e em silêncio os guardo, mantendo ainda acesa a esperança das incertezas.

2007/05/09

Guilty Pleasure

"O meu Guilty Pleasure ... Neil Diamond."






Há muito tempo atrás, num dos meus primeiros filmes, descobri a voz de Neil Diamond como parte da banda sonora. Acho-a fantástica. Ao mesmo tempo, um filme sobre uma fábula escrita por Richard Bach, de uma gaivota que aprende a voar e que aprende o que é a vida. Conhece os sacrifícios que tem de fazer para sobreviver num mundo próprio.
Um filme inesquecível "Jonathan Livingston Seagull" ou em português "Fernão Capelo Gaivota". Perante as nossas dificuldades, todos os sacríficios que valorizam esta vida.
... e depois os sons de "Be" ou "Lonely Looking Sky"

2007/05/03

Fábula

"A Princesa do Gelo e o Principe dos Sonhos"

Era uma vez um rapazinho que vivia numa terra pobre. A terra era tão pobre que para ele o mais importante eram os sonhos que ele tinha. Sonhava, sonhava muito, com viagens por terras distantes e com outros mundos fantásticos repletos de criaturas boas e más, e sempre com grandes aventuras.
Um certo dia o rapazinho teve um sonho diferente dos outros. Sonhou que tinha encontrado nas suas aventuras um cheiro sobre o qual lhe despertou uma outra sensação que nunca tivera. Era diferente, a sensação forte era algo que ele não conseguia perceber o significado, e o cheiro era qualquer coisa que ele não sabia como descrever. Sentia ser um perfume com um aroma agradável, suave e doce mas que não conseguia identificar em lado nenhum por muito que procurasse.
Intrigado e desejoso de encontrar o tal perfume, resolveu um dia partir em busca do seu sonho. Sozinho, e na sua pequena barca de uma só vela, acompanhado por um pequeno saco que transportava o indispensável para a sua viagem, largou as amarras e foi navegando pelo mar fora, sem destino e sem pistas. Nesta viagem, por cada lugar que ele passava, parava e procurava, mas nunca encontrava o aroma que tinha sonhado. Nessas terras, de vez em quando conseguia encontrar e fazer alguns amigos, que lhe ofereciam comida e descanso em troca dos seus relatos e das suas miranbolantes histórias. Todos gostavam de o ouvir a contar as histórias. Juntavam-se à sua volta e ficavam entusiasmados com as suas fábulas, mas quando o rapazinho contava o sonho que tinha tido do seu perfume, todos o gozavam e riam-se dele, porque não conseguia descrever, e mais ninguém acreditava nele.
E assim o rapazinho ia viajando, de terra em terra, de história em história, de sonho em sonho...
Já passava muito tempo desde de que ele partira da sua terra.
Até que um dia chegou a uma outra terra, ainda mais distante. Era um local bastante frio e todo coberto de gelo. Assim que chegou sentiu um arrepio pelo corpo todo, mas não era por causa do frio. Sentiu também uma sensação deliciosa no ar. Aos poucos, e enquanto caminhava pela terra ia sentindo um perfume cada vez mais intenso e agradável, que o acalmava e fazia sentir-se bem. Descobriu depois que nessa terra gelada, vivia uma princesa, era a Princesa do Gelo, e que morava fechada no seu castelo de gelo. Apercebeu-se que desse castelo saía aquele fantástico perfume e assim o rapazinho decidiu procurar saber quem era essa Princesa do Gelo. Tentou entrar no castelo mas não conseguiu, pois era impossível transpôr os portões, porque o vento frio congelava quem lá tentasse passar. Optou por chamar a atenção da princesa de outra forma. Acendeu uma fogueira o mais alta possível para que a Princesa do Gelo a pudesse ver e também para que ele não ficasse com muito frio. Mas a fogueira que o rapazinho acendeu, logo foi adormecida pelo forte vento frio que saía do castelo de gelo. E tentou várias vezes e de diferentes maneiras. Descobriu mais tarde que a princesa guardava no seu castelo um enorme tesouro, e que esse tesouro era o calor que ela necessitava para viver no seu castelo gelado. Percebeu o rapazinho que tinha encontrado o perfume que tanto procurava e percebeu também que a Princesa do Gelo era quem ele não conseguia descrever, porque só a conseguia sentir bem dentro do seu coração.
O rapazinho não desarmava, mas o frio intenso o fazia ficar cada vez mais gelado. Estava triste porque a sua intenção, que era conhecer a Princesa do Gelo, não estava a realizar-se. E assim foi ficando. Recolheu ao seu barco e sozinho como sempre, esperou, esperou ...
Numa manhã, um pássaro-do-sol passou a voar defronte dele e veio deixar uma mensagem de que uma catástrofe iria acontecer. O pássaro-do-sol seguiu depois até ao castelo do gelo e o rapazinho não soube o que fazer. Quando finalmente decidiu sair do barco e ir ter com a Princesa do Gelo, uma onda de calor apareceu e derreteu toda aquela terra. Aquele imenso manto branco que preenchia aquela terra, depressa se tornou cheio de grande correntes de água que inundava tudo por onde passasse. Nesse instante o pássaro-do-sol avisava também a Princesa do Gelo para fugir e tentar salvar-se da catástrofe que iria acontecer.
A onda de calor derretia aquela terra toda, e ondas gigantes formavam-se ao contrário, de terra para o mar, e numa dessas ondas, precisamente quando o rapazinho se preparava para ir ter com a sua princesa, embateu no seu pequeno e frágil barco e o destruíu completamente, levando o rapazinho para as entranhas gélidas daquele mar. Era o fim da história do rapazinho que partiu um busca do seu sonho e do seu perfume. Pouco depois, a Princesa do Gelo acompanhada do seu tesouro, chega na praia à procura do rapazinho. Não o encontrou. Foi quando o pássaro-do-sol chegou e lhe disse que o rapazinho se transformou num Principe do Sonhos nas profundezas daquele mar. A Princesa do Gelo ficou triste e chorou tanto que as suas lágrimas se diluiam no mar aonde agora era o reino do Principe do Sonhos.
A Princesa do Gelo e o Principe do Sonhos, acabavam separados em mundos diferentes e unidos somente pelas suas lágrimas, onde nunca chegaram a conhecer-se.

2007/05/02

Seguir ...

"Vontade de partir e procurar a linha que esconde um Sol e limita o horizonte."

Partir, procurar, encontrar-me ... saudades, sentir, fazer parte.
Sorrir e rir, olhar e abraçar. Voltar um dia.