2008/11/10

Turbilhão


Quando entramos no mar de prancha na mão, e apanhamos com as primeiras ondas queremos logo furar essas ondas e enfrentar as que se seguem até sairmos fora de rebentação e encontrarmos a acalmia daquela imensidão de água que é o mar.

O problema é quando não conseguimos passar a primeira onda e somos levados com ela, e depois quando nos "desenrolamos", nesse preciso instante, aparece uma segunda onda que nos enrola novamente para nos fazer rebolar ... e por aí adiante. É nessa altura que temos de ter forças para voltar novamente a lutar, a respirar e a enfrentar todas as ondas que se irão seguir.

No meio disto tudo temos de ter um enorme respeito ao nosso amigo Mar, é condição fundamental.



Passou-se Outubro. Entrou o Outono. Como o ano passado, como todos os anos, as folhas amareleceram, o vento vespertino chegou com mais força, os dias ficaram mais pequeninos e o frio chegou devagarinho. As ondas continuam a ir e a vir, e assim aconteceram momentos importantes que ficarão registados numa memória passada.

Olho para os vazios que ficaram para trás nas ondas que passaram e fustigaram, olho para os sentimentos que vão-se diluíndo como a água que desliza na areia, vislumbro o set que terminou e temporizo para reentrar na acalmia que se desvaneceu no Outubro.



Então surge a música nova. Essa importante manifestação de alegria e sentimentos que faz viajar para longe fora. É um abraço forte que enlaça o corpo, é um sentir distante e ao mesmo tempo perto. Como é importante, como foi importante, como será sempre importante haver música nova para sentirmos novamente à tona. Faz-nos bem.

Depois, surgem ainda mais ideias. Loucas. Viagens. Rumos distantes, ao sabor dos sonhos de qualquer viajante.
Ideias loucas, mas que farão provar que estamos vivos.

E no fim, o cheiro a castanhas assadas faz colocar os pés no chão, e a certeza que para o ano haverá mais Outonos em Outubro, assim como as ondas irão ser sempre as mesmas, de set em set, e definitivamente saberemos que estará ali sempre alguém em quem confiar sempre que quisermos, desde o surfista no mar, ao vendedor de castanhas, ou à artista/cantora, ... e independente de qualquer sonho concretizado ou não.

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